Te estendo a mão
Com ternura na ponta dos dedos
Mas o barulho da insânia
Afugenta a beleza e vicia o coração
Seu toque frio é feitiço
Insisto na tentativa do abraço
E o que fica é um olhar desentendido
Após acordado o corpo em cansaço
Um pensamento cochicha
A ternura dos meus dedos na tua tez
Dizendo
Tenha firmeza nos pés
E ande...
Dance na ciranda da sublimação
Com carinho, peço atenção
E por te amar não posso deixar de pedir...
Cuidado para não tropeçar em si
E procure reservar o pouco tempo
Que você deixa sobrar...
Para se analisar
A ampulheta já caiu e quebrou
Mas dá pra catar os segundos
esparramados pelo chão
Junte-os numa pequena caixa
Escolha uma palavra mágica
E use-os com calma,
A paciência é capaz de transformá-los
Em horas
Se queres perdê-las,
Entregue-se
Com esforço
as ilusões podem ser eternas
com a alma ébria e o corpo em deleite
anestesiado para ser
Livre
E quando resolver fazer silêncio
Escute o que ele tem pra te falar