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quarta-feira, setembro 13, 2006

Criança







Para iniciar a criança,

tenho pétalas, vozes e cio.
Com o que tenho, teço
não penso
crio

doses de inocência contumaz,
notas de sandice renitente,
tudo de repente junto
num canto.

Para começar a criança,
me encrianço numa ciranda
que não dá valor ao que tem preço,
um mundo não se compra,
não se assiste

muda.
Em direção ao vento
a criança aponta,
sempre crescendo como nunca,
Cresce de não se conter,
de derramar,
explodir

seus estilhaços, versos-pássaros,
vestem de seda o céu
perfumam de catarse o ar

Pronta, a criança
pede licença
e vai encantar...