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terça-feira, maio 16, 2006

por quanto tempo...

Nos dias difíceis, nos dias em que a vida parece ser não mais do que círculos num relógio de parede, o ponteiro das horas apontando pro céu, o dos minutos apontando pro inferno. As árvores ao sabor do vento pela janela e os pássaros cantando tímidamente. um corpo jogado num sofá com cheiro de mofo, cheiro de coisa guardada por muito tempo, torna-se quase que um objeto inanimado exceto por um descompassado piscar de olhos e uma disritimada respiração. O telefone não toca, a campainha não toca, o interfone também não e a música de tão melancólica parece ser um silêncio, um silêncio assim que se escuta com atenção. A saliva engolida como ácido sulfúrico... Assim como uma idéia aparece, um calor começa a percorrer o corpo, um calor que se inicia no peito e se alastra... De súbto um sorriso aparece... os pés tocam o chão e a vida torna-se uma guerra. E como um guerreiro nato ele se ergue e procura a caneta, sua arma azul, e pensa "Sai de mim por que eu não quero mais saber de você"... Um banho frio o faz nascer de novo... é, mas por quanto tempo...

3 comentários:

ped aLEro disse...

To achando blog um perigo. Ter de achar a caneta azul cada vez mais para sentir a vida deslizando em palavras, menos cinza e bolorenta.
E no mundo "real" os carros vão passando.

`´é`´ disse...

as conversas consigo mesmo têm sido meio assim, uma luta entre levantar ou nao da cama sabe? tem dias em que se acorda mais nao se desperta, tem dias que se desperta mais nao se levanta, esperemos entao o dia em que tudo se funda e que dormir seja apenas uns descanço e nao uma fuga....

ped aLEro disse...

Obrigado pelo comentário!
Seguindo no exercício imaginativo, coincidentemente hoje eu pensei na palavra "despertar".
Foi logo após eu sentir que havia recebido uma dádiva de poder escolher entre uma coisa ou outra. Então olhei para a parede, e já tendo escolhido, senti meus olhos abertos, continuamente abertos, entre um baixar invisível e sereno das pálpebras do mundo e uma longa respiração; a isso eu chamei "despertar".
Abraço!